I
Fica com meu silêncio, então. Guarda num baú velho, põe tuas fotos sobre a minha boca te assegurando que eu me cale. Esquece tua piedade. Engole minha dor vaga, e deixa vaga uma lacuna nessa caixa de madeira pra tua crueldade.
II
Fica com minha esperança, então. Guarda no teu peito essa memória, põe tua mão sobre meus olhos te assegurando que eu não te veja. Esquece tua moral. Engole minha vontade lúcida, e deixa lúcida nessa caixa pulsante tua vontade.
III
Fico com o teu gosto na minha boca e com teu futuro nos meus olhos.