Brilha um ponto por entre minha janela
que me lembra da saudade de ter saudade
dos caminhos sinuosos da tua boca
e das vontades tão minuciosamente sonhadas.
Brilha um ponto por entre minha janela
que me lembra de te ser fiel por toda a eternidade,
que me faz inerte ao mundo e as vontades do destino.
De sonhar, querida, sobrou o pó sobre teus objetos esquecidos.
sobrou tuas cartas queimadas
e os fragmentos de alguém que sonhava.
sobrou teus erros
e tua vontade relutante de fingir ser.
Hoje, vivo em lapsos.
Lembro, não sinto saudade.
Quanto a ti: pensa-te. E aceita.