, e essa tal de inspiração que alimenta um ciclo vicioso. Sim, vício. O escrivinhador absorve o externo para transformar em um interno, e o que vem de dentro entranha-se no que é de fora.
Inspira-se o ar, a melodia, o aroma, as cores. É um fluxo de sinestesia que constitui a arte. De dentro pra fora, de fora pra dentro; de fora pra dentro, de dentro pra fora.
Paro e percebo. Jogo pra mente. Isso, com o “o” aberto. Sinto um zuvoên sináptico, uma balbúrdia de neurônios querendo absorver. Inspirar para depois expirar. Traga-se a dinamicidade e a estaticidade para que um it ou um ed seja efetivado.
Eu queria escrever sobre baratas ou marimbondos. Mas o meu ato de tragar de hoje foi tão influenciado por uma quinta história clariceana que eu me sinto dedetizada. Não há. Não há em função de uma ausência. Não há devido ao um não haver.
Estou estática, sem ações determinantes nem ao menos determinadas. No atual momento, preservo-me em um dos melhores mundos possíveis. E não adianta surgir um ser voltairiano querendo me ironizar com um Pangloss da vida.
Nesse instante, sirvo a Leibniz. Por pouco tempo, eu sei. As dramatizações e reclamações são inerentes ao ser humano. Não serei, agora, exceção.
Recolho-me no meu El Dorado à espera de um devir. Com licença.