quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Post 20: Sobre o Oscar e outros prêmios.

Alongando-me um pouco mais no assunto Oscar... Vou me ater nos prêmios de interpretação... há um bom tempo a Academia não é tão justa. Dizem que com a greve dos roteiristas, os votantes conseguiram, de fato, assistir aos filmes indicados.

Melhor ator foi barbada total: Daniel Day-Lewis é um dos melhores atores da atualidade e as interpretações dos seus concorrentes não chegam aos pés da dele (aliás, já devia ter outro por "Gangues de Nova York"). Só senti falta do Ryan Gosling, por "Lars and the Real Girl", entre os indicados. Barbada semelhante na categoria dos coadjuvantes: Javier ganhou, como esperado (também já devia ter um na estante, por "Antes do Anoitecer"). Uniu-se, nos dois casos, a vontade da Academia de se "desculpar" por um erro anterior e duas ótimas interpretações. Coincidência talvez.

A melhor atriz também foi premiada. E eu duvidei muito disso. Dava uma mão pela vitória da Julie Christie... veterana que volta em grande estilo ao cinema? Eles adoram. E ela já havia ganhado o Globo de Ouro e o SAG. Mas Marion mereceu. Em relação a categoria mais disputada do ano, atriz coadjuvante, TODAS as interpretações eram dignas de prêmio. E deu Tilda. "Barbada". Explicação: os votos se dividiram entre Cate Blanchett e Ruby Dee. Tilda correu por fora e cresceu nas últimas semanas ao ganhar o BAFTA. Eu cantei a bola... e acertei.

Discordo dos que defendem a não-validade de um prêmio como o da Academia. Sendo um prêmio americano, a tendência é que filmes/atores/produções americanos(as)/ingleses(as) vençam. Óbvio que existem falhas na história da premiação ("Rocky", Halle Berry, Martin Scorcese ganhando pelo filme errado, etc), mas o valor de um homenzinho dourado é de extrema importância na indústria hollywoodiana. Eles vão deixar de premiar Gwyneth Paltrow? Claro que não. E por quê? Ela precisa dele mais do que a Fernanda Montenegro, mesmo que não tenha o melhor desempenho. Ela vai ser responsável pela renovação do cinema americano. Como, com certeza, Kate Winslet e Julianne Moore ganharão um dia e Meryl Streep ganhará outro... Eles apostam, homenageiam e investem.

Em relação ao festival de Berlim e "Tropa de Elite": nada a se comemorar. A exaltação do filme seguiu a tendência do festival de premiar obras não-conhecidas. Tão político quanto o Oscar.