quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Post 21: Desapega, meu bem!

Se tem algo que me deixa com um certo vilipêndio nas costas, esse algo são as queixas em excesso. Sabe aquela pessoa que vive reclamando da sua vidinha medíocre, das pessoas ao seu redor, do comportamento da sociedade para com ela? Pois então, isso deixa os meus alicerces completamente desestruturados.


Uma pitada de raiva, contagem até 20 e, pra fechar, a minha tão amável companheira de todos os dias, juntamente com seu esposo: indiferença e desprezo.


E a gente se mostra indiferente, despreza, não dá trela, mas mesmo assim a criatura continua usando os seus antolhos, não enxergando a carinha irônica de “ah, jura? Coitadjénha!” do seu interlocutor tão interessado em conseguir uma vaguinha no céu. Acho que comprar indulgências seria mais fácil, hein.


“Era na verdade um olhar profundo e desesperadamente triste, com o qual traduzia um desespero calado, de certo modo irremediável e definitivo, que já se transformara em hábito e forma.”¹ É, queridinho. Hesse conseguiu entender você, tá vendo? Essa mania de queixar-se de tudo virou seu hábito, mon amour. Agora já que você viu que Hesse te entende, vá em um centro espírita e tenta contato com ele. Fica a dica, colega.

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¹ “O lobo da estepe”. HESSE, Herman. Pág.19 Ed.Record.