domingo, 6 de janeiro de 2008

Post 5: Sobre filmes (I)

Cinema é a grande paixão de um número considerável de pessoas. E é uma das minhas paixões e meu maior fascínio. Perpassa qualquer sentimento de diversão... sem explicações. Vou tentar, com alguma freqüência, comentar sobre alguns dos filmes que me fazem mais feliz (eles me fazem feliz). Vou começar por duas paixões antigas, mas reavivadas nesses últimos dias:

1. As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County) - 1995.

Basicamente: após a morte da mãe, dois irmãos descobrem, através de cartas, o caso extraconjugal entre ela e um fotógrafo.

Vivendo em uma cidade do interior de Iowa, Francesca (Meryl Streep, perfeita) é exemplo clássico de uma dona-de-casa infeliz: presa às funções domésticas, com uma família aparentemente sólida e os sonhos reprimidos. A viagem da família coincide com a chegada na cidade do fotógrafo Robert (Clint Eastwood), com quem mantém um intenso e rápido caso de amor. Amor, de verdade: conceder e querer são sentimentos igualmente antagônicos e complementares. Obviamente, se você quiser saber o final, veja o filme. Destaque para uma das últimas cenas, em que a personagem de Streep está com o marido no carro, e tem que decidir entre fugir/não fugir com o amor de sua vida.



2. Carta de uma Desconhecida (Letter from an Unknown Woman) - 1948

Antes de começar: Fontaine é uma das minhas atrizes preferidas. Quem já assistiu alguns dos seus filmes mais clássicos (“Rebecca” e “Suspeita”, por exemplo) sabe do que eu to falando. É magistral.

“Carta de uma Desconhecida” está no meu Top 10, sem dúvida (mesmo que nem eu saiba com certeza quais são meus dez preferidos). Uma carta é entregue na casa do pianista Stephan (Louis Jordan). Ela conta a história de Lisa (Joan Fontaine) e de seu intenso amor por seu então vizinho, o personagem de Jordan. Desde o breve relacionamento, até as trágicas conseqüências, todas as atitudes da jovem são movidas pela esperança de que um dia ele a reconheceria e a amaria.

O filme é um primor do começo ao fim. A música é perfeita e o mestre Ophüls mostra porque é um gênio: constrói um filme sobre acreditar sem limites, e sobre um amor tão sobre-humano que sua existência se limite apenas ao cinema.